terça-feira, 28 de agosto de 2012

Dia frio no Rio

Que charme tem o Rio frio
barulho de carro, cinza chique
As duas meninas do monumento, nem estão aí pro vento
querem só perder tempo e compor a paisagem
Mais roupa e desço a escada rolante parada
não uso óculos
E a gorda de vestido longo assovia sem pressa
como quem diz curta o frio que nos resta.
Graça Aranha cheia de graça
business men black tie que conseguem até sorrir
europeização latina
em frente ao café dentro do teatro
vontade de tomar café sem suor
que silêncio
sem peso de blusa na mão.
Quanto amor existe em SP.
Ops, errei o cep.
E você edifício
é difícil? o centro com essa cara de


sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Da minha falta de criatividade em tempos de paz.

Um pouco antes do meu aniversário de 21 anos, e antes de viajar de férias me bateu um sentimento estranho, um sentimento de mudança, como se fosse uma onda. Não! Tsunami. E então completaram-se os 21 anos desta, não muito interessante, mas única, minha vida. E sim, realmente algo mudou em mim, algum ciclo se fechou e outro se abriu e eu não sei bem definir o que é. Mas sinto paz, e me sinto bem.
Ainda tem aquela tensão, quando o assunto é estagio supervisionado, projeto final, e carreira, maaaaaas acho que essas coisas sempre vão existir e elas que não nos deixam cair na ociosidade total, elas são importantes. 
Também sei que posso me decepcionar e esse momento ser só um ataque súbito de felicidade dessa minha mente insana, mas devo aproveitá-lo enquanto me parece real.
Me sinto mais calma e mais compreensiva com as esquisitices das pessoas, por estar cada vez mais percebendo as minhas esquisitices. E como tenho! 
E estou amando! Amando mais as pessoas, amando mais minha família, meus amigos, como são, e tentando não julgar tanto as pessoas por aí, acho que é uma forma de amar o que não se conhece.

Tenho percebido a importância de não sentir pena de si mesmo, de valorizar mais as coisas que tenho, rir da falta de recursos, e brincar de "viver na selva". Claro, não virei Buda, essas coisas me afetam muito, mas descobri que posso exercitar a tranquilidade, a confiança no acaso e a gratidão. Viver na filosofia do "not too bad". Aprender não vem só de ler livros, vem de ler vidas, ler pessoas, ler seus sentidos, dar valor para as coisas que te despertam prazer, tentar descobrir o que te da prazer. Perceber que, se deu vontade, é melhor fazer, vontades são os impulsos da vida, tem que ser respeitadas, claro, com moderação. ^^

Hoje uma pessoa com ares de maluco me disse uma coisa que pegou fundo nas minhas indagações, "o mundo está onde deveria estar mesmo, vamos mudar o nosso entorno." Era o que eu estava pedindo há tempos pra ouvir. Talvez ele tenha razão, não adianta lamentar tanto esse mundo "todo errado", o mundo é novo, deve estar na adolescência, está confuso, formando sua personalidade, um dia amadurece. Mas amadurecimento não é sinonimo de perfeição! Ah, e estamos no século 21, tempos de mudança!! haha, encanei.

Mas... isso tudo, esse ataque de vontade de viver em paz e essa súbita felicidade me levam também a um estado que é titulo desse post, falta de criatividade. É dificílimo pra mim escrever, compor, ou pensar em qualquer coisa artística quando não estou sofrendo de solidão, ou de amor, ou de desespero.
Como se qualquer coisa que fale sobre este estado parecesse piegas, u know?
E isso me incomoda, me bloqueia. Eu tenho uma ideia, acho boa na hora, mas depois desisto de desenvolvê-la por que né... engajada demais, ou petulante demais, ou idiota demais pra ser escrito. Se podar é pior que ser podado, auto crítica é muito pior que crítica alheia. Pois não é impedimento físico, é impedimento psicológico, tá com a faca e o queijo na mão e não come. Difícil esse negócio.
Então, como todo mundo sabe que a pior parte é começar, eu resolvi fazê-la e rápido. Mas começar como?
Falando sobre essa dificuldade mesmo minha filha!! Nada mais imprescindível para a cura do que a aceitação do diagnóstico. N'est-ce pas?