sábado, 29 de setembro de 2012

Tanta coisa / O gênio de seu tempo


Tem tanta coisa no mundo
Que eu fico com preguiça de ver
Por que é que eu sou uma só
e, no entanto me vêem como um milhão?

Eu estou perdida, mas quem não está

                                         Um monte de perdidos que fingem saber o caminho

Somos tão cruéis, enganando uns aos outros.
Seria melhor que vivêssemos isolados
Deixar de causa mal a quem fingimos gostar

                                                                                 Quem gosta de si mesmo
Tenho raiva das pessoas que se dizem poetas
E nojo de seus poemas
Pra mim só o que vale é o que se move

E o que pode crescer por contra própria.

Poemas são lastimas, excrementos
não são como as unhas, ou como os fungos
Que cresceram na panela suja
Estes tem vida e são mais dignos do que palavras.
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O gênio de seu tempo
olhava para o lado e atravessava a rua
muito inteligente
entrava na padaria e... pedia um pão!
Maravilhoso!

Não tinha vida social
mas é lógico
estava a fazer suas importantes tarefas
mas ele sonhava em uma noite
ele e os amigos

concentrava seus desejos nas linhas de papel
não se importava com baratas
experimentava-as

Mariana odiava se pensar em sua companhia

Tão interessante foi sua vida
declínio social, lutou na grande guerra
o gênio de seu tempo, não era gênio, era um babaca.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Chá para dor de começo.

Tem gente que, simplesmente, ...
pra brilhar.
Encanta os olhos com sua farta
furta beleza.
É pra acabar.
Destrua meu caminho com seu
poderoso talento de ferro.
Eu sei.
Sou aquela do drama dramático.
Que esquece de decorar suas falas.

Merda! Clap clap clap
Mas que imposição de merda.
Não esquece de verificar se no potinho
de plástico tem doce bom
e verifica também se tem
passado bom.
Parente bom.
É importante identificar, senhor.

no divã do analista ela
decora sua lista.
De problema.

Que problema que?
Essa menina tem dor de começo!
Tá precisando de um chá de auto-conhecimento.
Anda na rua igual cão sarnento.
E tem a ousadia de querer rimar.

É pra acabar.

Passado, presente, futuro e o pior!
passado dos parente!
É pra acabar.

e a lista aumenta...
Mas espera aí, não era pra ser uma aula de canto?
Não, professor, quebrei minha perna na aula de capoeira
depois de vender alguns óculos superfaturados.

Isso tá começando a perder o rumo de novo.
Talvez você deva se mudar.
Só pra saber o gosto que tem... brilhar?
Não. Fazer algo de útil.
É o encanto do fútil.
Que a impede de cantarolar.

Bem que se quis
aprender algo neste tempo todo.
Mas até pra aprender tem que aprender primeiro.
Vê se pode.
Vê lá se eu tenho tempo!

Tem.

Mas o que eu faço com ele
quanto tempo eu vou perder, nessa de fazer?
e depois? O que tinha de bom atrás do muro
que eu nunca vi?

Essa menina tá mesmo é com dor de meio e fim.