Tem tanta coisa no mundo
Que eu fico com preguiça de ver
Por que é que eu sou uma só
e, no entanto me vêem como um milhão?
Eu estou perdida, mas quem não está
Um
monte de perdidos que fingem saber o caminho
Somos tão cruéis, enganando uns aos outros.
Seria melhor que vivêssemos isolados
Deixar de causa mal a quem fingimos gostar
Quem gosta de si mesmo
Tenho raiva das pessoas que se dizem poetas
E nojo de seus poemas
Pra mim só o que vale é o que se move
E o que pode crescer por contra própria.
Poemas são lastimas, excrementos
não são como as unhas, ou como os fungos
Que cresceram na panela suja
Estes tem vida e são mais dignos do que palavras.
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O gênio de seu tempo
olhava para o lado e atravessava a rua
muito inteligente
entrava na padaria e... pedia um pão!
Maravilhoso!
Não tinha vida social
mas é lógico
estava a fazer suas importantes tarefas
mas ele sonhava em uma noite
ele e os amigos
concentrava seus desejos nas linhas de papel
não se importava com baratas
experimentava-as
Mariana odiava se pensar em sua companhia
Tão interessante foi sua vida
declínio social, lutou na grande guerra
o gênio de seu tempo, não era gênio, era um babaca.