quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Hoje o mar estava bravo

Hoje o mar estava um pouco bravo.
Está bravo comigo mar?
Devia ser, zangado com a mediocridade da minha alma ultimamente.
Receosa sentei na toalha, abri o livro, observei os garotos que surfavam sem medo dele, achei que eles tivessem em paz com ele, ou talvez que já entendessem sua psicologia quando ele está um pouco agitado.
 Já era mais de 17 horas mas o sol ainda me esquentava forte, muito forte... eu pensava, será que ele não vai deixar eu entrar nem um pouquinho?
Li mais algumas páginas do livro, estava gostando mas queria mesmo era mergulhar. Enfim larguei a leitura, olhei para os poucos garotos ratos de mar que se aventuravam pelas suas ondas e também para os poucos turistas seguros na areia para ver quem me aprovava, mas nenhum sinal da parte deles. Então tomei coragem e fui.
Cheguei na beira do mar, senti gelar os meus pés, as ondas maiores do que eu estou acostumada a enfrentar quebravam muito próximas, tive mais medo ainda de não conseguir sequer entrar. Um medo gostoso tomou conta de mim por alguns segundos, e então as ondas se acalmaram e o mar cedeu como se dissesse "venha, pode entrar".
E eu entrei, e não me arrependi.

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